CPC 02 Esquematizado

CPC 02 esquematizado

Nessa aula apresentaremos o CPC 02 esquematizado para o Exame de Suficiência do CRC e CNAI. É um CPC que começou a ser explorado com mais frequência a partir do exame de 2018. Então vamos ver tudo o que você precisa saber do CPC 02 esquematizado para o exame de suficiência e CNAI.

Esse texto faz parte do nosso CURSO GRÁTIS para o Exame de Suficiência e CNAI. Nosso curso está disponível no CANAL DO YOUTUBE do CFC Academy.

Qual o objetivo do CPC02?

O Objetivo do CPC 02 esquematizado é orientar acerca de como incluir transações em moeda estrangeira e operações no exterior nas demonstrações contábeis da entidade e como converter demonstrações contábeis para moeda de apresentação.

Em um mundo globalizado, empresas buscam negócios além das fronteiras de seu país de origem. Dessa forma, começam a se espalhar pelo mundo. Porém esse movimento gera movimentações financeiras em diversas moedas. O CPC 02 esquematizado surge com a função de orientar as entidades sobre como proceder essa conversão de moemas estrangeiras em moeda funcional.

Antes de prosseguirmos, temos que entender os conceitos de moeda funcional, moeda estrangeira e moeda de apresentação.

Conceitos de moeda funcional, moeda estrangeira e moeda de apresentação de acordo com o CPC 02 esquematizado

O que é moeda funcional no CPC 02 esquematizado?

O conceito de moeda funcional é a moeda do ambiente econômico principal no qual a entidade opera.

A AMBEV por exemplo, está sediada no Brasil, opera a maior parte de suas operações no Brasil e por isso adota a moeda funcional como o Real.

Como a moeda funcional é definida

A empresa não pode definir a moeda funcional de forma arbitrária. O CPC 02 Resumo traz os requisitos a serem utilizados na definição da moeda funcional.

O ambiente econômico principal no qual a entidade opera é normalmente aquele em que principalmente ela gera e despende caixa. A entidade deve considerar os seguintes fatores na determinação de sua moeda funcional:

  1. A moeda que:
    • (i) que mais influencia os preços de venda de bens e serviços (geralmente é a moeda na qual os preços de venda para seus bens e serviços estão expressos e são liquidados); e
    • (ii) do país cujas forças competitivas e regulações mais influenciam na determinação dos preços de venda para seus bens e serviços;
  2. a moeda que mais influencia fatores como mão de obra, matéria-prima e outros custos para o fornecimento de bens ou serviços (geralmente é a moeda na qual tais custos estão expressos e são liquidados).

O que é moeda estrangeira

O conceito de moeda estrangeira é qualquer moeda diferente da moeda funcional da entidade.

A AMBEV possui atuação em diversos mercados, principalmente nos Estados Unidos e Canadá. Nesses países a moeda de negociação de contratos é o Dólar. Seguindo o que recomenda o CPC 02 esquematizado, a moeda neste caso é considerada moeda estrangeira.

O que é moeda de apresentação.

Moeda de apresentação é a moeda na qual as demonstrações contábeis são apresentadas.

A entidade pode apresentar suas demonstrações contábeis em qualquer moeda (ou moedas). Mais uma vez o exemplo da AMBEV. Ela pode apresentar suas demonstrações contábeis para os investidores tanto em Real numa versão em português quanto em Dólar numa versão em Inglês.

O que é variação cambial no CPC 02 esquematizado?

Variação cambial é a diferença resultante da conversão de um número específico de unidades em uma moeda para outra moeda, a diferentes taxas cambiais. Taxa de câmbio é a relação de troca entre duas moedas.

Apresentação de transação em moeda estrangeira na moeda funcional de acordo com o CPC 02 esquematizado.

O registro contábil das transações em moedas estrangeiras ocorrem em duas etapas. A primeira etapa é o reconhecimento inicial, quando é realizada a transação e recebimento dos bens e serviços. A segunda etapa é o reconhecimento subsequente que geralmente ocorre para os pagamentos à prazo. Vamos ver cada um deles.

Reconhecimento inicial.

Uma transação em moeda estrangeira deve ser reconhecida contabilmente, no momento inicial, pela moeda funcional, mediante a aplicação da taxa de câmbio à vista entre a moeda funcional e a moeda estrangeira, na data da transação, sobre o montante em moeda estrangeira.

Para tornar esse exemplo do CPC 02 esquematizado mais fácil, vamos utilizar um exemplo.

Suponha que uma empresa no Brasil realiza compra de mercadorias da China com contrato firmado em Dólar.

A transação total foi de USD 10.000 e a taxa de câmbio no dia da transação estava USD 1 = R$ 5.

Nesse caso, ao receber a mercadoria, a empresa no Brasil deve realizar a seguinte contabilização.

D – Estoques / C – Fornecedores—- R$ 50.000

Reconhecimento subsequente

O reconhecimento subsequente trata da “atualização” do valor ao novo câmbio na data de fechamento do balanço ou na data de pagamento ou recebimento desse compras ou vendas realizadas em moedas estrangeiras.

O reconhecimento subsequente só é aplicado a itens monetários.

E o que é item monetário?

Item monetário é um item que seja representado por dinheiro ou algo a ser recebido ou pago em dinheiro.

Nesse exemplo da compra a prazo da mercadoria da china, a conta fornecedores é um item monetário, pois ela representa uma obrigação a ser liquidada em dinheiro.

Para essa conta fornecedores, devemos proceder a mensuração subsequente (uma espécie de “atualização do valor”) para a cotação do dólar na data do pagamento efetivo dessa fatura.

Nesse mesmo exemplo da empresa brasileira que comprou mercadorias da China, na data do pagamento da fatura, o Dólar estava cotado a R$6.

Nesse caso, o pagamento que deverá ser feito é de R$ 60.000. Porém, no passivo está registrado apenas R$ 50.000. Como devemos contabilizar esses R$ 10.000 a mais?

Esses R$ 10.000 de diferença entre o passivo na data da compra e o efetivo pagamento é chamado de Variação Cambial de acordo com o CPC02.

O conceito de variação cambial de acordo com o CPC 02 Resumo é Variação cambial é a diferença resultante da conversão de um número específico de unidades em uma moeda para outra moeda, a diferentes taxas cambiais.

E qual deve ser o registro contábil da variação cambial?

O registro contábil da variação cambial de acordo com o CPC 02 esquematizado é: D – Despesa com variação cambial e C – Fornecedores — R$10.000,00.

A variação cambial negativa para a entidade é reconhecida como uma despesa na DRE. Caso a variação contábil fosse positiva para entidade, seria contabilizado um crédito de receita com variação cambial e o débito na conta fornecedores reduzindo o passivo da empresa.

Conclusão

Os pontos principais para o CPC 02 esquematizado – Efeitos Das Mudanças Nas Taxas De Câmbio E Conversão De Demonstrações Contábeis são os conceitos de moeda funcional, moeda estrangeira, moeda de apresentação e a contabilização da variação cambial.

Esse assunto está pouco presente nos Exames do CRC e CNAI, mas nas vezes que foi abordado se limitou aessas temas.

Agora é só acessar nosso Sistema de Questões, filtrar por CPC 02 esquematizado e responder o máximo de questões que puder.

Até a aprovação!

Tags

Cadastre-se e receba as notícias, dicas, ofertas e muito mais.

Felipe Nunes

Felipe Nunes é Contador, Auditor Independente (CNAI QTG), Servidor Público Federal e fundador do CFC Academy a maior especialista e recordista em aprovação em Certificações do Conselho Federal de Contabilidade. 72,22% de nossos alunos são aprovados no Exame de Suficiência do CFC.

Atualmente dedica-se a ser a faculdade que a sua faculdade não foi. Ensina o que você deveria ter aprendido na graduação e como aplicar esses conhecimentos na vida real de forma prática e objetiva.

Leia mais

Compartilhe sua opinião

leia mais sobre

Cadastre-se e receba as notícias, dicas, ofertas e muito mais.

Share on facebook
Share on twitter
Share on whatsapp
Share on linkedin