Métodos de Custeio Comparados: Um Guia Completo para a Tomada de Decisão

métodos de custeio comparados

Métodos de Custeio Comparados: Um Guia Completo para a Tomada de Decisão

A escolha do método de custeio adequado é essencial para qualquer gestor que busca melhorar a precisão da alocação de custos, aumentar a lucratividade e tomar decisões estratégicas com segurança.

Cada método de custeio tem suas peculiaridades, que impactam diretamente os resultados financeiros e a gestão interna de uma empresa.

Neste artigo, compararemos em profundidade os quatro principais métodos de custeio: Custeio por Absorção, Custeio Variável, Custeio Baseado em Atividades (ABC) e Custeio RKW.

Vamos detalhar a teoria por trás de cada um, suas aplicações práticas e como eles se diferenciam.

O que são Métodos de Custeio?

Métodos de custeio são ferramentas que as empresas utilizam para atribuir os custos incorridos na produção aos produtos ou serviços que oferecem.

Eles têm como objetivo fornecer uma base sólida para precificação, controle de custos e planejamento estratégico.

Ao escolher o método adequado, a empresa consegue alocar corretamente seus custos fixos e variáveis, otimizando o processo de decisão gerencial.

Custeio por Absorção

Teoria do Custeio por Absorção

O Custeio por Absorção é o método mais tradicional e amplamente utilizado, sendo exigido para fins fiscais e contábeis em muitos países, como o Brasil. Nesse método, todos os custos de produção — sejam eles fixos ou variáveis — são alocados aos produtos. Isso significa que os custos indiretos, como aluguel, salários da administração e depreciação de máquinas, são “absorvidos” pelos produtos ou serviços que a empresa oferece.

A lógica por trás do Custeio por Absorção é que todos os custos envolvidos no processo produtivo contribuem para o resultado final do produto. Por isso, todos devem ser considerados no cálculo do custo unitário, oferecendo uma visão completa dos custos totais da empresa.

Aplicação Prática

Esse método é amplamente utilizado em empresas que precisam reportar seus resultados para auditorias externas ou cumprir com obrigações fiscais.

Ele é essencial para a avaliação de estoques e apuração de resultados financeiros, sendo exigido por normas contábeis internacionais.

Pontos Críticos

Embora seja adequado para relatórios financeiros e fiscais, o Custeio por Absorção pode gerar distorções gerenciais.

Isso ocorre porque os custos fixos são rateados de forma homogênea entre os produtos, mesmo que nem todos os produtos utilizem os recursos de forma igual.

Isso pode inflacionar o custo de produtos mais simples e subestimar o custo de produtos mais complexos.

Custeio Variável

Teoria do Custeio Variável

O Custeio Variável (também conhecido como Custeio Direto) se diferencia do Custeio por Absorção por considerar apenas os custos variáveis no cálculo do custo dos produtos.

Ou seja, apenas os custos que variam diretamente com o volume de produção, como matéria-prima e mão de obra direta, são alocados aos produtos.

Os custos fixos são tratados como despesas do período e não são considerados no custo de cada produto.

A base teórica do Custeio Variável está na separação clara entre os custos que variam com o nível de produção e aqueles que não são impactados no curto prazo, como aluguel ou salários da administração.

Isso permite que os gestores tenham uma visão clara da margem de contribuição, ou seja, a diferença entre o preço de venda e o custo variável.

Aplicação Prática Métodos de custeio comparados

Esse método é amplamente utilizado para fins gerenciais, especialmente quando se busca uma análise detalhada da rentabilidade de cada produto ou serviço.

Ele é muito útil para decisões de curto prazo, como aumentar ou reduzir a produção, promover descontos ou descontinuar produtos.

Pontos Críticos

Embora seja excelente para análises gerenciais, o Custeio Variável não pode ser utilizado para fins fiscais ou auditorias, pois ignora os custos fixos na avaliação de estoques. Além disso, pode subestimar o impacto dos custos fixos na operação, o que é um fator relevante em decisões de longo prazo.

Custeio Baseado em Atividades (ABC)

Teoria do Custeio ABC

O Custeio Baseado em Atividades (ABC) é um método mais sofisticado e detalhado, que busca atribuir os custos com base nas atividades que consomem recursos dentro da empresa.

A ideia central do ABC é que são as atividades, e não os produtos diretamente, que consomem recursos e geram custos.

Portanto, os custos indiretos devem ser alocados com base nas atividades específicas que contribuem para a produção de cada produto ou serviço.

Esse método foi desenvolvido como uma resposta às limitações do Custeio por Absorção, que tende a distribuir os custos indiretos de forma arbitrária.

No ABC, cada atividade — como manutenção, controle de qualidade ou movimentação de materiais — recebe um custo, que é posteriormente alocado aos produtos de acordo com o uso dessas atividades.

Aplicação Prática

O Custeio ABC é especialmente útil em empresas com uma grande diversidade de produtos e processos produtivos complexos.

Ele proporciona uma visão mais detalhada de onde os recursos são consumidos e permite a identificação de atividades que não agregam valor ao produto, possibilitando a otimização de processos.

Pontos Críticos

A maior desvantagem do ABC é sua complexidade e o custo elevado de implementação e manutenção. Ele requer uma análise detalhada de todas as atividades e seus respectivos custos, o que pode ser inviável para pequenas empresas ou para operações com processos simples.

Custeio RKW

Teoria do Custeio RKW

O Custeio RKW é um método desenvolvido na Alemanha que tem como foco a alocação dos custos fixos com base na capacidade produtiva instalada.

A ideia principal é que os custos fixos estão diretamente relacionados à capacidade produtiva da empresa e, por isso, devem ser alocados conforme a utilização dessa capacidade.

O método permite uma análise detalhada do uso da capacidade instalada, o que é fundamental para identificar gargalos ou subutilização dos recursos.

Isso facilita uma gestão mais eficiente dos custos fixos, principalmente em empresas que operam com grandes investimentos em infraestrutura e maquinário.

Aplicação Prática

O Custeio RKW é especialmente útil para indústrias que buscam maximizar a utilização de sua capacidade produtiva. Ele permite uma análise gerencial do desempenho da empresa com base no uso eficiente dos recursos disponíveis.

Pontos Críticos

Esse método é pouco utilizado fora da Alemanha e pode ser difícil de implementar em empresas com grande variabilidade de produtos e processos. Sua aplicação exige uma produção mais previsível, onde a capacidade instalada seja um fator relevante na alocação dos custos.

Métodos de custeio comparados

CritérioCusteio por AbsorçãoCusteio VariávelCusteio ABCCusteio RKW
Alocação de Custos FixosSimNãoSim, com base nas atividadesSim, baseado na capacidade
Alocação de Custos VariáveisSimSimSimSim
Adequação para Fins FiscaisSimNãoNãoNão
Complexidade de ImplementaçãoBaixaBaixaAltaAlta
Precisão na Alocação dos CustosMédiaAlta (para variáveis)AltaMédia
Utilização GerencialLimitadaAlta (para decisões rápidas)Muito alta (decisões estratégicas)Alta (capacidade produtiva)

Quando Usar Cada Método?

O Custeio por Absorção é essencial para conformidade fiscal e auditoria, enquanto o Custeio Variável é mais apropriado para análises de rentabilidade de curto prazo.

O Custeio ABC é ideal para empresas complexas que buscam uma visão detalhada de como os recursos são utilizados, enquanto o Custeio RKW se destaca no controle da capacidade produtiva e na gestão eficiente dos custos fixos.

Conclusão Métodos de custeio comparados

Cada método de custeio tem suas vantagens e limitações. O Custeio por Absorção é amplamente aceito para fins fiscais, mas pode distorcer a análise gerencial.

O Custeio Variável fornece uma visão clara da margem de contribuição, sendo ideal para decisões de curto prazo.

O Custeio ABC oferece uma análise profunda dos custos indiretos e das atividades que consomem recursos, enquanto o Custeio RKW proporciona uma gestão eficiente da capacidade produtiva instalada. A escolha do método adequado depende dos objetivos da empresa e da complexidade de suas operações​​.

Tags

Cadastre-se e receba as notícias, dicas, ofertas e muito mais.

Felipe Nunes

Felipe Nunes é Contador, Auditor Independente (CNAI QTG), Servidor Público Federal e fundador do CFC Academy a maior especialista e recordista em aprovação em Certificações do Conselho Federal de Contabilidade. 72,22% de nossos alunos são aprovados no Exame de Suficiência do CFC.

Atualmente dedica-se a ser a faculdade que a sua faculdade não foi. Ensina o que você deveria ter aprendido na graduação e como aplicar esses conhecimentos na vida real de forma prática e objetiva.

Leia mais

Compartilhe sua opinião

leia mais sobre

Cadastre-se e receba as notícias, dicas, ofertas e muito mais.