Big 4. Como nasceram as maiores firmas de contabilidade do mundo.
Big 4. Esse termo tão importante para o mercado contábil mas que infelizmente poucos alunos de contabilidadeconhecem.
Big 4 é o apelido dado às quatro maiores empresas contábeis especializadas em auditoria e consultoria do mundo.
Quem sāo as Big 4?
As empresas que fazem parte do grupo Big 4 são: Deloitte, PWC, Ernst & Young e KPMG. Seus funcionários as chamam carinhosamente de: DTT, PwC, KPMG e EY.
O grupo das Big 4 sempre foi esse?
Até a década de 80, não existia o termo Big 4 e sim Big 8. Esse termo era utilizado para se referir às 8 maiores firmas de serviços contábeis do mundo.
Na epoca, as empresas que formavam o BIG8 eram:
- Arthur Andersen (essa aqui tem uma treta braba)
- Arthur Young
- Coopers & Lybrand
- Deloitte Haskins & Sells
- Ernst & Whinney
- Peat Marwick Mitchell
- Price Waterhouse
- Touche Ross
Essas firmas são todas ou norte americanas ou britânicas e iniciaram sua expansão através de parcerias com firmas locais.
À medida que outras companhias (industrias e comércios) desses países foram se internacionalizando, começaram a contratar serviços contábeis e de auditoria de seus países de origem.
As Big 8 se tornaram internacionais na medida que seus clientes também se tornaram.
Esse processo tornou alguns membros BIG 8 maiores que outros, o que naturalmente acabou fazendo as maiores empresas adquirem as menores.
E assim nascem as BIG 6.
Após o mercado se organizar com suas compras de menores pelas maiores, surge o Big6 (que futuramente vai virar o famoso Big4).
A composição do Big 6 ficou assim:
- Arthur Andersen (a rainha da treta continua aqui.. Por enquanto…)
- Coopers & Lybrand
- Deloitte & Touche
- Ernst & Young
- KPMG
- Price Waterhouse
Pela mudança dos nomes, da pra perceber quem comprou ou se fundiu com quem. Veja o quadro abaixo
Big 5
Em 1998, o Big 6 virou Big 5 quando a PriceWaterhouse adquiriu a Coopers & Lybrand e se tornou a PriceWaterhouseCoopers, ou PwC para os íntimos.
Agora surge o Big 4.
Nos anos 2000, existia uma empresa do setor elétrico dos Estados Unidos vinha “bombando”. Era recorde de receitas e lucros ano a ano.
Essa empresa era a Eron
Quem auditava a Eron à epoca era a Arthur Andersen.
Tudo normal no mundo corporativo: empresas grandes são sem auditadas por Big 4 (ou Big 5 à epoca).
Porém, no ano de 2001 foi descoberto que toda essa receita e lucratividade não era oriunda apenas das operações normais da companhia.
Havia uma contabilidade paralela. Dívidas e “ativos podres” eram colocados em empresas do grupo que ficavam fora da consolidação dos balanços.
Ou seja, tudo de ruim fica fora do meu balanço e tudo de bom fica dentro. Tipo o Instagram atualmente, só que no mundo contabil.
Além disso, ela reconhecia receita de exercícios futuros no periodo atual, o que acabava matando o principio da competencia.
E ainda assim, a Arthur Andersen, que era a maior da época , auditava tudo isso emitindo parecer final limpo, sem ressalvas.
Nāo deu outra. Em 2001, a fraude foi descoberta e ambas as empresas faliram, tiveram seus diretores presos e levaram consigo prejuízo a milhões de investidores e empregados.
Então, após a Arthur Andersen ser varrida do mapa da contabilidade (para o bem de todos), surgiu o grupo Big 4 como o conhecemos até hoje.
Filme e Livro
Existe um filme muito bom sobre o caso chamado Enron: The Smartest Guys in the Room.
Também existe um livro que conta a historia em detalhes: https://amzn.to/33XBZAR
Mas só existem apenas essas firmas de auditoria no mundo?
Graças ao surgimento de novas empresas, também surgiram vários outros players no mercado de auditoria e contabilidade.
Há o grupo das Big 10 que vem ganhando força e conta com empresas como a BDO, MAzars, Baker Tyle, RSM, entre outras.
Futuro das Big 4
Existe uma tendência de descentralizaçāo do poder das Big 4.
O caso mais recente de escandalo contabil foi caso da Wired e trouxe à tona um ponto de atencao: As Big 4 (e praticamente todas as empresas de contabilidade) além do serviço de auditoria, prestam também serviços de consultoria para outras áreas de um mesmo cliente.
Ou seja, a empresa de auditoria presta o serviço de consultoria e depois auditam esse mesmo cliente. Ou seja, ela audita o que ela mesmo mandou fazer.
Esse caso gerou uma regulamentação para que os serviços de auditoria dessas empresas seja demembrado, surgindo uma empresa totalmente independente.
Fontes: