Método de depreciação – As 4 formas de se depreciar um ativo.

Método de depreciação é um processo contábil que reflete a diminuição do valor de um ativo fixo da empresa devido ao seu uso contínuo e desgaste ao longo do tempo.

Para calcular a depreciação, é necessário ter conhecimento do valor contábil do ativo tangível e sua expectativa de vida útil. Alternativamente, pode-se conhecer a taxa de depreciação aplicável.

Um aspecto crucial é o método de depreciação escolhido. Dependendo do método adotado, os montantes depreciados e acumulados ao longo do tempo variarão. Esses métodos diferem de acordo com a parcela de depreciação em um determinado período contábil.

Existem vários métodos de cálculo de depreciação na contabilidade. Alguns dos mais populares incluem o Método Linear ou da Linha Reta, a Soma dos Dígitos e o Método do Saldo Decrescente.

Método de Depreciação das Quotas Constantes (ou Método da Linha Reta)

O método de quotas constantes, também conhecido como método da linha reta, é um processo simples que calcula a depreciação ao mesmo valor ou proporção em cada período contábil.

Para calcular a depreciação usando este método, é necessário conhecer a taxa de depreciação e aplicá-la ao valor contábil do ativo. A fórmula de cálculo é a seguinte:

Depreciação a quotas constantes = (Valor contábil – Valor residual) ÷ Vida útil O resultado obtido é a quota a ser contabilizada em cada período. Alternativamente, também é possível multiplicar o numerador da fórmula pela taxa de depreciação.

Veja esse exemplo: Considere um exemplo em que uma empresa compra uma máquina por R$ 100 mil. No final de sua vida útil, a empresa considera um valor residual de R$ 10 mil.

No método das quotas constantes, a cada ano essa máquina sofrerá uma depreciação igual a:

Depreciação a quotas constantes: (100.000,00 – 10.000,00) / 10 = 9.000,00.

Se a empresa deseja conhecer o valor mensal da depreciação, basta não utilizar o tempo de vida útil em anos, mas sim em meses. Note que 10 anos é o mesmo que 120 meses, portanto a depreciação mensal será:

Depreciação linear mensal: (100.000,00 – 10.000,00) / 120 = 750,00 Como a depreciação é a mesma a cada ano, no segundo ano a depreciação acumulada será de 18.000,00.

No terceiro ano, será de R$ 27.000,00, e assim por diante, até chegar ao último ano com uma depreciação acumulada de $90.000,00.

Observe que no 10º ano a máquina terá um valor contábil igual ao seu valor residual.

Isso ocorre porque o valor registrado deste ativo imobilizado continua sendo de R$ 100 mil, mas estará “reduzido” por outra conta do ativo responsável pelo registro das depreciações acumuladas.

É por isso que ela é conhecida como uma conta redutora do ativo imobilizado correspondente.

Método de Depreciação da Soma dos Dígitos dos Anos:

O método de depreciação pela soma dos dígitos dos anos também utiliza quotas, porém, neste caso, elas são decrescentes. O processo se divide em duas etapas:

Primeiro, soma-se os dígitos que compõem o número de anos de vida útil do bem.

No exemplo anterior: 1+2+3+4+5+6+7+8+9+10=55 A quota de depreciação será maior no primeiro ano e menor no último período.

Cada quota é calculada como o número de anos restantes de vida útil sobre a soma dos dígitos obtida anteriormente, conforme a fórmula: Depreciação pela soma dos dígitos dos anos:

[Anos restantes x (Valor contábil - Valor residual)] ÷ Soma de anos de vida útil 

Note que a quota de depreciação dependerá do ano ou período que estamos calculando.

No primeiro ano, ainda restará a vida útil total para o cálculo, enquanto no último, restará apenas o último ano da quota.

A lógica deste método é que no início da vida útil, o ativo requer menores custos de manutenção e reparos.

Mais próximo do final, uma quota de depreciação menor permite equilibrar com os custos de manutenção mais altos.

Exemplo 2 Prosseguindo com o exemplo anterior, vimos que a soma de 10 anos de vida útil é igual a 55. Este será o denominador de nossa fórmula.

Em seguida, consideramos a quota de depreciação para cada ano, de forma que a menor será a última.

AnoCálculoDepreciação AnualValor Contábil Líquido
1(10 x 90.000,00) ÷ 55R$ 16.363,63R$ 83.636,36
2(9 x 90.000,00) ÷ 55R$ 14.727,27R$ 68.909,09
3(8 x 90.000,00) ÷ 55R$ 13.090,91R$ 55.818,18
4(7 x 90.000,00) ÷ 55R$ 11.454,55R$ 44.363,64
5(6 x 90.000,00) ÷ 55R$ 9.818,18R$ 34.545,45
6(5 x 90.000,00) ÷ 55R$ 8.181,82R$ 26.363,64
7(4 x 90.000,00) ÷ 55R$ 6.545,45R$ 19.818,18
8(3 x 90.000,00) ÷ 55R$ 4.909,09R$ 14.909,09
9(2 x 90.000,00) ÷ 55R$ 3.272,73R$ 11.636,36
10(1 x 90.000,00) ÷ 55R$ 1.636,36R$ 10.000,00

Observe que no 10º ano, o valor contábil do ativo será igual ao seu valor residual. Isso ocorre porque o valor registrado deste ativo imobilizado continua sendo de R$ 100 mil, mas estará “reduzido” por outra conta do ativo responsável pelo registro das depreciações acumuladas.

É por isso que ela é conhecida como uma conta redutora do ativo imobilizado correspondente.

Método de Unidades Produzidas ou Horas Trabalhadas:

Neste método, a depreciação é determinada com base na atividade efetiva do ativo. Por exemplo, se uma máquina tem uma expectativa de vida útil de 100.000 unidades produzidas e, em um ano, produz 10.000 unidades, a depreciação para esse ano seria 10.000/100.000 = 10% do valor a ser depreciado.

Este princípio também é aplicável se o método for baseado no número de horas trabalhadas. Ou seja, a depreciação é proporcional à quantidade de uso ou produção do ativo, em vez de simplesmente ao tempo. Isso permite uma representação mais precisa da perda de valor do ativo ao longo do tempo, especialmente para ativos que são usados de forma irregular.

Método de Depreciação do Saldo Decrescente:

Este método possibilita uma depreciação acelerada nos primeiros anos de vida útil do ativo.

Por exemplo, se uma máquina é comprada por R$ 100.000 com uma taxa de depreciação anual de 20%, a depreciação no primeiro ano seria de R$ 20.000, resultando em um saldo de R$ 80.000.

No segundo ano, a depreciação seria de 20% desse saldo remanescente, e assim sucessivamente, até que o saldo atinja o valor residual do ativo.

Este método é particularmente útil para ativos que perdem valor mais rapidamente nos primeiros anos de uso..

Conclusão

Esses métodos oferecem abordagens diferentes para calcular a depreciação de ativos, permitindo que as empresas escolham o mais adequado às suas necessidades e circunstâncias específicas.

Importante ressaltar que o método de depreciação mais cobrado em concursos e Exame de Suficiência é o Método Linear.

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Felipe Nunes

Felipe Nunes é Contador, Auditor Independente (CNAI QTG), Servidor Público Federal e fundador do CFC Academy a maior especialista e recordista em aprovação em Certificações do Conselho Federal de Contabilidade. 72,22% de nossos alunos são aprovados no Exame de Suficiência do CFC.

Atualmente dedica-se a ser a faculdade que a sua faculdade não foi. Ensina o que você deveria ter aprendido na graduação e como aplicar esses conhecimentos na vida real de forma prática e objetiva.

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